Comemora-se em 25 de novembro o dia Nacional do Doador de Sangue. A data, criada em 1964 com o objetivo de valorizar a doação voluntária, é um ato simples e seguro, e pode salvar muitas vidas. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde) o ideal seria que cerca de 3% da população doasse sangue, anualmente, para manter os estoques regularizados. No entanto, hoje o percentual de doadores brasileiros não passa de 1,7% ao ano.
O crescimento de doenças como leucemia, e câncer (pacientes quimioterápicos), além de queimaduras, cirurgias cardíacas e acidentes, tem demandado cada vez mais a necessidade de doadores de sangue.
Doar sangue é um gesto de amor ao próximo e à vida. É uma demonstração de solidariedade e também é um ato de bondade. O sangue humano é insubstituível, e somente pode ser obtido através de doação de um ser humano a outro. Essa necessidade nos torna iguais.
Toda a pessoa que apresentar boas condições de saúde pode ser um doador de sangue. Para isso basta ter de 18 a 65 anos de idade e ter peso superior a 50 Kg. (A legislação atual permite, embora com restrições, a doação dos 16 aos 17 anos e dos 65 aos 67 anos de idade).
A idade mínima está relacionada à maioridade legal, quando o cidadão passa a ser responsável por seus atos. A idade máxima está ligada a uma maior probabilidade de possuir doenças que possam interferir negativamente ao receptor do sangue. Apesar disso, existem critérios que permitem ou impedem uma doação de sangue, determinadas por normas técnicas do Ministério da Saúde, as quais visam a proteção ao doador e a segurança para o receptor. Esclarecimentos que, com certeza, serão prestados pelos profissionais do Hemocentro antes de efetuar a doação.
Antes da doação, o candidato irá passar por uma entrevista de triagem clínica, na qual podem ser detectadas algumas condições adicionais que possam impedir a doação. Daí a importância de que o doador responda o questionário com sinceridade, pois o objetivo da doação de sangue é salvar vidas. No entanto, deve-se proteger o paciente para que ele não adquira outra doença na transfusão.
Na coleta é retirado aproximadamente 450ml de sangue, rapidamente reposto pelo organismo via ingestão de líquidos e uma alimentação regular.
O imaginário popular geralmente associa o sangue tanto à vida quanto à morte. Se de um lado é fonte de vida e atua assim, de outro, como significado de morte, atua como símbolo de agressão e destruição da vida.
Ao longo dos anos criou-se alguns mitos, como: doar afina ou engrossa o sangue; engorda ou emagrece o doador; uma vez feita a doação vicia. Tudo isso não é real, não passa de mito.
O sangue doado é usado para assegurar um direito primordial – o direito à vida. A atitude de doar sangue é a esperança de muitos pacientes que precisam dele para continuar vivendo. A grande maioria das pessoas que doa sangue, somente o faz quando alguém pede. No entanto, é preciso que pessoas saudáveis doem sangue regularmente. Esse deve ser um motivo de alegria para quem doa e um incentivo para que gesto tão grandioso venha a tornar-se um hábito.
Sou doador de sangue e faço isso regularmente. A primeira vez que doei, tive um pouco de medo. Quando terminei a doação, a sensação foi ótima, e daquele momento em diante, me senti um ser humano melhor. Não sei explicar ao certo, mas é gratificante. Também não sei donde surgiu essa vontade de doar sangue. É algo meu mesmo. Acho que foi por questão de consciência da gravidade do problema. Da mesma forma que hoje podemos ajudar, amanhã poderemos precisar ser ajudados. Afinal de contas, ninguém sabe o dia de amanhã. Doação, para mim, é um ato de amor.
Doar sangue não dói, não custa nada, pode salvar vidas, e eu garanto: faz um bem enorme a quem doa.
Neori Pavan – SINDIAGUA/RS Erechim
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