quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Por favor , não basta ser mulher para ser margarida

Não foi possível ficar alheio a notícia veiculada, no Matéria de Capa, sobre a participação nos dias 16(terça-feira) e 17(quarta-feira) de agosto último, na "4ª Marcha das Margaridas" realizada em Brasilia-DF, de uma caravana de mulheres de Capão da Canoa, formada por Ludiére Rodrigues, Cristina Ramires, Sônia Serra, Aline Serra, Elenita Rolim, Tereza Martin, Bernadete Petzarka, Madalena Flores e Luiza Suvay.

Sabe-se que esse Encontro Nacional  é uma ação estratégica das mulheres trabalhadoras do campo e da floresta para conquistar visibilidade, reconhecimento social, político e cidadania plena. Coordenada pelo Movimento Sindical de Trabalhadores Rurais composto pela Confederação Nacional de Trabalhadores na Agricultura (CONTAG) e por 27 Federações (FETAG). A "Marcha das Margaridas" se consolidou na luta contra a fome, a pobreza e a violência. Esta mobilização de mulheres tem esse nome, como uma forma de homenagear a trabalhadora rural e líder sindical Margarida Alves, que foi brutalmente assassinada pelos usineiros da Paraíba em 1983. A sua trajetória sindical foi marcada pela luta contra a exploração, pelos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras rurais, contra o analfabetismo e pela reforma agrária.

Ao ler a notícia, no Matéria de Capa - Edição 121, meu sentimento foi de perplexidade. Infelizmente, nenhuma das margaridas caponenses, que lá compareceram na marcha, são trabalhadoras rurais. Sequer essas senhoras desempenham qualquer atividade relacionada ao campo. Que contribuição elas dariam ao movimento? Ressalvo, no entanto, que todas elas tem algo em comum. Esse seleto grupo de privilegiadas são filiadas e militantes do Partido dos Trabalhadores de Capão da Canoa. Entre elas, Ludiére, a assessora do Vereador Pedro Dornelles, do PT. Causou surpresa. Também não entendi a participação da Sub-Prefeita de Capão Novo, Elenita Rolim. Abandonou suas atribuições no Distrito e foi se juntar as companheiras campesinas de todo o país. É possível que todas as demandas da comunidade de Capão Novo estejam plenamente em dia.

Lamentável! Faltou seriedade. Não houve preocupação alguma em garantir uma representação qualificada, plural e diversificada do segmento rural caponense. Sequer tiveram o interesse de consultar a EMATER local para identificar as trabalhadoras rurais caponenses que desempenham no dia-a-dia a agricultura familiar.&

Agora! Já que é notícia de interesse público. A CIDADANIA CAPONENSE QUER SABER: Quem escolheu as senhoras integrantes da caravana caponense? Quais os pré-requisitos exigidos para representar, qualitativamente, o município de Capão da Canoa? Quem pagou as passagens aéreas, hospedagem e alimentação? E mais, os dias não trabalhados, na Prefeitura e na Câmara Municipal, pelas servidoras públicas (Ludiére, Cristina, Madalena e Elenita) serão devidamente descontados?

Não quero crer que as despesas dessa equivocada farra turística vá, mais uma vez, para a conta do cidadão contribuinte. Olho Vivo!

João Bassôa

Nenhum comentário:

Postar um comentário