segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

País parou para ver Neymar (e o Santos?). Mundo viu o Barcelona!

Em quase todas reuniões sindicais que fazemos por estas plagas gaúchas, tratamos os trabalhadores como agentes iniciadores, promotores da discussão. Nem sempre se obtém o resultado esperado. É assim que devemos ver e insuflar nossos representantes sindicais, para desconfiem até mesmo da sombra, tão pouco devem achar que tudo o que está escrito é lei, ou é verdade, ou é fato acabado. Só a partir da desconfiança “saudável” é que conseguiremos obter as próprias respostas e poderemos tocar adiante nossas reuniões. Tanto da empresa, tanto das instituições representativas.

Lembro bem ainda, que num encontro de Formação em uma das regionais comentei com os representantes, que mesmo os informativos oriundos das instituições que possam representar as minorias pouco representadas ( partidos, sindicatos, associações, etc...) deveríamos ter um senso crítico ao apreciar e tocar prá frente um determinado texto, sempre buscando pesquisar o chegar ao seu próprio convencimento. Não engolir direto tudo o que nos chega às mãos

A partida de futebol do domingo último (Barcelona X Santos) se presta para isto. Avaliarmos se estamos corretos em nosso rumo sindical. Toda a imprensa escrita e falada deste país ditava e até mesmo convenceu a população, mesmo que não a maioria, que um homem só – Neymar - podia fazer o que o seu time, Santos não faria, e mais, Neymar sozinho venceria o Barcelona, sem contar que ele era melhor que o jogador argentino Messi. Achar-se melhor que os outros é o “Ó”.

Pois bem, o que se viu foi uma fiasqueira. 4 X 0. Fosse um time do interior, os jornais estariam estampando, “time tal é GOLEADO pelo time Y”. Mas o que se viu foi um silêncio da mídia, escrita e falada, buscando inclusive culpados em setores extracampo, como psicólogos, etc...

Costumamos achar que tudo que está escrito é verdade, e se quem escreve está coadunado com a sua verdade, acabamos comprando uma briga que não é nossa. Pior ainda, se Neymar sozinho representava o seu time, alguém de mão beijada consentiu e calou, omitiu-se. Ele foi lá e não fez o que deveria, mas daí já não era sua culpa - foi o Barça que extrapolou! Quem dizia que era o cara, omitiu-se! Tem sido assim na lide sindical (brasileira?).

Um vai lá escreve, edita, bota todo mundo no mesmo barco. Alguém escreveu, mas todos pagam com o nome da instituição sindical. No mundo sindical temos os Neymar da vida, fazem, acontecem, sozinhos diga-se de passagem, se der certo, foi ele. Se der errado foi o outro time que foi melhor. Se o outro time foi melhor, quem escreveu não foi suficientemente grande para pedir a colaboração dos colegas de time, e provavelmente na primeira oposição que se estabelecer, vai dizer que não é só ele que decide, atrás dele tem outras pessoas. O coletivo é melhor que o individual.

Um novo ano está iniciando. Vamos ser o Barcelona. Vamos convidar os Neymar da vida a fazer parte de um time, até porque, uma andorinha só não faz verão!

Quantos 'Neymares' temos na nossa política e quantos fazem parte do nosso dia a dia, nosso nosso círculo de amizades? Vale, e muito, esta reflexão...


Feliz Natal e Bom Ano Novo – com inteligência e visão crítica!

David Barros - SINDIÁGUA-RS

Por
Arilson Wunsch 

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